Luíz Horácio

Fotógrafo

Luíz Horácio cresceu em meio a livros, discos, jornais, câmeras fotográficas e, obviamente, fotografias. Seu pai, Alvorino Rodrigues, tinha como hobby fotografar e, em seu próprio laboratório, realizava a revelação dos filmes. Seu filho o acompanhava em ambas ações desde os cinco anos de idade. Por mais incrível que possa parecer essa memória continua muito nítida. Seu pai é sua referência em fotografia. Mais tarde LH tornaria-se escritor, entre seus títulos publicados estão Perciliana e o pássaro com alma de cão, Doralina, Thelma...

Em 2019 realizou as exposições Ouviram na Ipiranga, no Centro Cultural Casa de Lola, Asas de Ipanema no shopping Paseo, repetiu a exposição no Museu Artur Guarise, Cicatrizes do abandono foi o título da exposição apresentada no Centro Cultural da UFRGS, todas em Porto Alegre. Entende que a fotografia, as artes de modo amplo, deve ultrapassar o óbvio, a subjetividade se torna obrigatória, o registro deve ir além do que é visto, chegar ao sentir. A fotografia, para LH, é o que ela desperta. Veio de seus pais o amor pelos livros, pela fotografia, pelos seres vivos de modo geral. Curioso desde a infância, criado em meio às artes, estudou piano durante dez anos, à medida em que seus pais apresentavam possibilidades percebia o imenso abismo da desigualdade se abrindo ao alcance de seus olhos e de sua sensibilidade. Preocupar-se com o outro tem sido uma constante e numa determinada manhã após fotografar um morador de rua e seu cão percebeu na mesma foto ternura e dor. Precisava fazer algo. Logo encontrou uma mulher, moradora de rua, e seu gato, o amor não faz exigências, amar é simplesmente tentar permitir ao outro uma vida melhor que a nossa. Passou a publicar textos ilustrados com suas fotos, com objetivo de chamar atenção, obter doações e dessa maneira amenizar, fome, frio, abandono, preconceito e dor...